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Destaques

LANÇAMENTO: LIVRO "JOÃO CALVINO: QUEM DIZEM QUE SOU?"

J. A. Lucas Guimarães ┐ ♥ ┌ Sob empréstimo da pergunta de Jesus aos discípulos foi publicada a décima obra da Coleção Calvino21,  intitulada: JOÃO CALVINO: “QUEM DIZEM QUE SOU?”   Esboços de retratos calvinianos O rganizada pelo historiador e teólogo J. A. Lucas Guimarães, encontra-se a convicção de que a relação de seu contexto original com as identificações à pessoa de João Calvino desde sua morte, não é mera coincidência. Se lhe fosse oportuno um lance de existência atual, é possível que ele fizesse semelhante indagação, apesar de seu desinteresse por ela em sua existência. Desse modo, tem início o empenho de disponibilizar a verdade histórica da identidade e identificação de João Calvino: advogado, um dos principais líder da Reforma Protestante do século XVI, pastor na cidade de Genebra e escritor cristão, com vasta literatura legada à posteridade, com a íntegra apresentação do Evangelho de Cristo pela fiel exposição bíblica. Porque já se distanciam os limites dos 500 ano...

CALVINOFOBIA TEVE DIAGNÓSTICO NOTICIADO NO SÉCULO XIX

 
J. A. Lucas Guimarães

Não é de recente uso popular a caracterização como fobia” à exagerada aversão a respeito de algo. Em relação a si próprio, a pretensão é demonstrar a total incompatibilidade: —Tenho é fobia a isso! Quanto o alvo é o outro, pretende-se desmotivar a atitude pela caracterização patológica (doença): — Você tem é fobia! Atualmente, às vezes, utiliza-se da insinuação de preconceito, como mecanismo de condicionamento social de possível estímulo de estigmatização do outro: — Isso é preconceito! Isso considerado, não deve parecer um caso inusitado o fato noticiado em matéria na Coluna Variedades do Jornal Imprensa Evangélica, em edição de 28/03/1891, a seguir transcrita em ortografia atual:

Calvinofobia — Está sofrendo de um ataque agudo dessa moléstia um colega do norte, segundo obtemos do seu próprio testemunho, em que morde a torto e a direito. Recomendamos-lhe que se ocupe, antes, de “melhores coisas e mais vizinhas à salvação, ainda que assim falamos” e que, como remédio, tome muitas doses das obras de Calvino.

Diante da intensa propaganda católica direcionada a denegrir a imagem do reformador, fazendo de crendice que somente em pensar no nome de João Calvino poderia dispor, em razão da gravidade do pecado, ao danado praticante à penalidade de no mínimo padecer no purgatório, com enorme possibilidade de atalho ao inferno. Numa época em que crendices e lendas significavam a mesma coisa, não seria de ser admirar como verdade do fato noticiado em matéria do referido jornal, quanto ao primeiro caso diagnosticado de acometimento humano por calvinofobia”, quadro de natureza patológica relacionado ao reformador João Calvino, ocorrido no final da última década do século XIX.

No entanto, a matéria do colunista aproveitou o ocasionado uso de expressão linguística metafórica, comumente utilizada para convencimento da convicção oposta assumida em relação ao tratamento de um assunto ou uma maneira de demonstrar incompatibilidade, a ponto de nem se deixar ouvir a respeito. Muita audição foi dada à declaração que apenas ao ouvir sobre um assunto tem-se acometimento de ataque de tremores, dentre outros sintomas. Por certo, assim como atualmente, ao final do século XIX esse modo de se expressar não era considerado que de fato havia ocorrido desenvolvimento de reação patológica.

Como se observa na prescrição de medicação ao colega, o colunista faz entender que a matéria é resposta à informalidade ocorrida na conversa entre eles, em demonstração de plena indisposição à adesão às ideias calvinianas pelo colega através de usual metáfora. Por certo, a leitura da matéria oportunizou momento de risos ao colega. Da parte do colunista, o sentimento de esperança, que seu conselho fosse a abertura da via à evangelização do seu estimado.

Não se pode deixar de notificar o fato de que não foram poucas as vezes que se tem deparado com humano sob crise de calvinofobia, verificada pelo ataque agudo de falta de educação, arrogância e cinismo, quando envolvido no tratamento do pensamento calviniano. Melhoras desse quadro, somente se espera caso o paciente seguir a recomendação prescrita de intervenção terapêutica e medicamentosa: ocupar-se, antes, das coisas que são melhores e pertencentes à salvação (Hb. 6.9) e como remédio tomar muitas doses das obras de João Calvino.

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   Autoria   J. A. Lucas Guimarães é organizador do Calvino21, historiador, pastor presbiteriano, mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM/SP) e escritor, com várias obras publicadas sobre o reformador francês, dentre elas o livro Calvino, Ciência e fake news.

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