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Destaques

✢ LANÇAMENTO: LIVRO "CALVINO, CIÊNCIA E FAKE NEWS"

  Não é sem imensa expectativa e alegria que se empreende a publicação da décima primeira obra de caráter temático calviniano da Série Calvino21 , sob autoria do Rev. J. A. Lucas Guimarães, historiador, teólogo e organizador do Calvino21 , intitulado  CALVINO, CIÊNCIA E FAKE NEWS:  a invenção da oposição calviniana à Ciência moderna na historiografia do século XIX.   Principalmente, ao considerar a singularidade do conteúdo, o nível do conhecimento alcançado e o caráter da percepção do passado envolvida, disponibilizados à leitura, reflexão e intelectualidade, caso o arbítrio do bom senso encontrado, esteja em diálogo com a coerência da boa vontade leitora. Com a convicção da pertinência da presente obra ao estabelecimento da verdade histórica sobre a postura de João Calvino (1509-1564) diante dos ensaios preparatórios no século XVI  ao início da Ciência Moderna ocorrido no século XVII,  representado por Nicolau Copérnico (1473-1543) com sua teoria do movimento da Terra ao redor do Sol

✢ INSTITUTAS DE CALVINO: PREFÁCIO ENTRE OS TRÊS GRANDES

J. A. Lucas Guimarães *

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Em 1939, o austríaco Otto Maria Karpfen (1900-1978) emigrou para o Brasil, dito Carpeaux, sobrenome que passa a usar no Brasil, no princípio da década de 1940. Aqui escreveu a maior parte de sua obra literária, que se somaria aos seus cinco livros publicados na Europa. Em sua monumental obra em quatro volumes, sob título de História da Literatura Ocidental (1958-1966), propriamente no primeiro volume, cuja publicação da primeira edição em 1959 ocorreu pela Edições O Cruzeiro, traz à memória fato ocorrido à nivel literário sobre João Calvino, ao qual se mostra desconcertante para ele, mas apropriado aos leitores dos escritos calvinianos, já informados da decisiva contribuição do reformador à lingua e literatura francesas. Carpeaux (2008), ao escrever um artigo sobre prefácios, pondera sobre sua experiência memorável:

Eis as lembranças facilmente evocáveis que a chamada ironia do bispo Copleston poderia inspirar a qualquer um dos seus leitores. Difícil é, porém, o que Oliver Wendell Holmes dizia em 1867 numa conferência na Universidade de Harvard: “Três grandes prefácios desafiam a admiração dos eruditos: o de Calvino para suas Institutiones Christianae, o de De Thou para sua História, e o de Casaubonus para sua edição de Políbio.” E fiquei boquiaberto, entregue a muitas horas de dor de cabeça.

Após elaborar questionamentos à posição dada aos outros dois autores e seus prefácios, Carpeaux (2008) mira sua precisão critica sobre Calvino, na representatividade de seu prefácio, em forma de esclarecimento:

Enfim, as Institutiones Christianae de Calvino, o livro fundamental do protestantismo calvinista, têm como prefácio uma dedicatória ao rei François I da França, monarca catolicíssimo e intolerante, carta respeitosa mas pungente. É o primeiro exemplo de prefácio-desafio, o primeiro mas não maior. Mais pungente é o prefácio de Molière para Tartuffe, em que compara sua comédia tão censurada pelos hipócritas com outra peça, muito mais irreligiosa, mas não censurada por ninguém...

Embora, revele possuir sua própria lista de prefácios dignos do pódio da excelência de prefaciar, ao tecer suas críticas ao motivo de sua entrega a muitas horas de dor de cabeça e não se faça concorde que o prefácio escrito por João Calvino às suas Institutas desafia a admiração dos ereditos, a erudição literária de Carpeaux é incapaz de não reconhecer o belo estílismo e nem o autoriza a descartar o notório literário quando existente. Em face do conhecimento obtido da pesquisa sobre a escrita de prefácio na história da literátura à elaboração do artigo, faz conhecido um fato ocorrido com a escrita do prefácio às Institutas por João Calvino. Se a imediata dor de cabeça do tinha causa na posição da obra calviniano figurar entre as três primeiras admiráveis da literatura, após as muitas horas do importuno a lúcida honestidade literária se mostra intacta para informar que o prefácio em menção também dignifica seu autor, João Calvino, com a inauguração do estilo literário denominado de “prefácio-desafio”. Quando a coerência norteia a intelectualidade, o que é de difícil aceitação não se torna em impossível reconhecimento.

O que Carpeaux considerou difícil, ao relembrar o que disse Oliver Wendell Holmes, mesmo reconhecento que o prefácio calviniano era pugente, qualidade própria de algo capaz de conquistar admiração, todavia o remete à comparação ao prefácio de outro escritor e o pretere como menor. Por certo, o difícil da aceitação do prefácio de Calvino como desafiador a admiração dos ereditos, diz respeito a postura literata e não erudita do autor, o que não significa ausência de erudição nele.

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Referência bibliográfica: CARPEAUX, Otto Maria. História da literatura ocidental – vol. I. 3. ed. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2008.

* J. A. Lucas Guimarães é organizador do Blog Calvinio21.

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