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Destaques

✢ LANÇAMENTO: LIVRO "CALVINO, CIÊNCIA E FAKE NEWS"

  Não é sem imensa expectativa e alegria que se empreende a publicação da décima primeira obra de caráter temático calviniano da Série Calvino21 , sob autoria do Rev. J. A. Lucas Guimarães, historiador, teólogo e organizador do Calvino21 , intitulado  CALVINO, CIÊNCIA E FAKE NEWS:  a invenção da oposição calviniana à Ciência moderna na historiografia do século XIX.   Principalmente, ao considerar a singularidade do conteúdo, o nível do conhecimento alcançado e o caráter da percepção do passado envolvida, disponibilizados à leitura, reflexão e intelectualidade, caso o arbítrio do bom senso encontrado, esteja em diálogo com a coerência da boa vontade leitora. Com a convicção da pertinência da presente obra ao estabelecimento da verdade histórica sobre a postura de João Calvino (1509-1564) diante dos ensaios preparatórios no século XVI  ao início da Ciência Moderna ocorrido no século XVII,  representado por Nicolau Copérnico (1473-1543) com sua teoria do movimento da Terra ao redor do Sol

✢ COMENTÁRIO DE CALVINO AO EVANGELHO DE JOÃO 14.1

Não se turbe o vosso coração: credes em Deus, crede também em mim
(João 14.1)
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Não se turbe o vosso coração

Não sem boa razão, Cristo confirma seus discípulos com tantas palavras, já que uma disputa tão árdua e mui terrível os aguardava. Porque não era uma tentação comum, que logo depois o vissem pendurado na cruz: um espetáculo em que nada era para ser visto, mas terreno ao mais baixo desespero. Estando próxima a época de tão grande aflição, ele aponta o remédio, para que não sejam vencidos e oprimidos, pois ele não simplesmente os exorta e encoraja a serem firmes, mas também os informa aonde devem ir para obter coragem: isto é, pela fé, quando ele é reconhecido como o Filho de Deus, que possui em si mesmo uma suficiência de força para manter a segurança de seus seguidores.

Devemos sempre prestar atenção ao momento em que essas palavras foram ditas: que Cristo desejava que seus discípulos permanecessem valentes e corajosos, quando pudessem pensar que tudo estava na maior confusão. De igual modo, portanto, devemos empregar o mesmo escudo para afastar tais ataques. Para nós, de fato, é impossível evitar sentir várias emoções. Contudo, embora estejamos abalados, não devemos cair. Assim, é dito dos crentes: que eles não são perturbados, pois, confiando na palavra de Deus, embora grandes dificuldades os pressionem fortemente, ainda assim permanecem firmes e retos.

Credes em Deus

Também pode ser lido no modo imperativo: Creia em Deus e creia em mim. No entanto, a leitura anterior concorda melhor e tem sido geralmente mais aceita. Aqui ele aponta o método de permanecer firme, como eu já disse, ou seja: se nossa fé repousa em Cristo e o virmos em nenhuma outra luz, senão como estando presente e estendendo sua mão a nos ajudar. Mas é maravilhoso que a fé no Pai seja aqui colocada em primeiro na ordem, pois era necessário dizer a seus discípulos que deveriam acreditar em Deus, já que haviam crido em Cristo. Porque, como Cristo é a imagem viva do Pai, devemos primeiro lançar nossos olhos sobre ele e, por essa razão, ele também desce até nós, para que nossa fé, começando com ele, possa subir a Deus. Mas Cristo tinha um objetivo diferente em vista. Porque todos reconhecem que devemos acreditar em Deus. Ora, esse é um princípio admitido, ao qual todos concordam sem contradição. E, todavia, é raro um em cem que realmente acredite nisso. Não apenas porque a majestade nua de Deus está a uma distância muito grande de nós, mas também porque Satanás interpõe nuvens de todos os tipos para nos impedir de contemplar a Deus. A consequência é que nossa fé desaparece ao buscar a Deus em sua glória celestial e luz inacessível. E até mesmo a carne, por si mesma, sugere mil imaginações para desviar nossos olhos de contemplá-lo de maneira adequada.

O Filho de Deus, portanto, que é Jesus Cristo, apresenta-se como o objeto ao qual nossa fé deve ser direcionada e por meio do qual encontrará facilmente aquilo em que pode repousar. Porque ele é o verdadeiro Emanuel, que nos responde interiormente, assim que o buscamos pela fé. É um dos principais artigos de nossa fé, que ela deve ser direcionada somente a Cristo, para que não vagueie por longos meandros, e que deve ser fixada nele, para que não vacile em meio às tentações. E esta é a verdadeira prova de fé, quando nunca nos deixamos ser arrancados de Cristo e das promessas que nos foram feitas nele. Quando os teólogos papistas discutem ou, melhor dizendo, tagarelam sobre o objeto da fé, eles mencionam apenas Deus e não prestam atenção a Cristo. Aqueles que derivam sua instrução das noções de tais homens devem ser abalados pelo menor vendaval que sopra. Homens orgulhosos têm vergonha da humilhação de Cristo e, portanto, voam para a incompreensível divindade de Deus. De certo, a fé nunca alcançará o céu, a menos que se submeta a Cristo, que parece ser um Deus fraco e desprezível, e nunca será firme, se não buscar um fundamento na fraqueza de Cristo.

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* Comentário de João Calvino ao Evangelho de João 14.1. Tradução: Calvino21.

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