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CRUZ DE CRISTO: MÃO E PODER DE DEUS QUE SOCORREM

“ E da mesma maneira também os príncipes dos  sacerdotes, com os escribas, e anciãos, e fariseus,  escarnecendo, diziam: Salvou os outros, e a si mesmo não  pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e  creremos nele. Confiou em Deus; livre-o agora, se o ama;  porque disse:  Sou Filho de Deus. E o mesmo lhe lançaram  também e m rosto os salteadores que com ele estavam  crucificados.”  — Mt. 27.41-44 Sejamos advertidos e andemos no temor de Deus para que depois de termos provado a sua Palavra possamos recebê-la com reverência e obedeçamos ao nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos é apresentado ali. Porquanto, é também nele verdadeiramente que encontraremos toda a perfeição das virtudes, se nos achegarmos a ele em humildade. Porque se presumirmos e brincarmos com Deus, nossa audácia deve receber tal recompensa, como lemos aqui desses homens miseráveis que foram tão conduzidos por sua fúria. No entanto, devemos tirar algum pr...

ESPERANÇA: ÂNCORA DA ALMA


João Calvino *

Certamente que, enquanto peregrinamos neste mundo, não temos terra firme onde pisar, senão que somos lançados de um lado a outro como se estivéssemos em meio a um oceano atingido por devastadora tormenta. O diabo jamais cessa de mover incontáveis tempestades, as quais imediatamente fariam soçobrar e submergir nossa embarcação, se não lançássemos nossa âncora, com firmeza, nas profundezas.

Olhamos, e não há nenhum porto que nossos olhos alcancem, senão que, em qualquer direção que voltamos nossa vista, a única coisa que divisamos é água. Na verdade, só vemos ondas que se amontoam e nos ameaçam. Mas assim como uma âncora é lançada no vazio das águas, a um lugar escuro e oculto, e enquanto permanece ali, invisível, sustenta a embarcação, que se encontra exposta ao sabor das ondas, agora segura em sua posição para que não submerja, assim também nossa esperança está firmada no Deus invisível.

Mas há uma diferença, a saber: uma âncora é lançada ao mar porque existe solo firme no fundo, enquanto que nossa esperança sobe e flutua nas alturas, porquanto ela não encontra nada em que se firmar neste mundo. Ela não pode repousar nas coisas criadas, senão que encontra seu único repouso no Deus vivo. Assim, como o cabo, ao qual a âncora se encontra presa, mantém o navio seguro ao solo de um profundo e escuro abismo, também a verdade de Deus é uma corrente que nos mantém unidos a ele, de modo que nenhuma distância de lugar e nenhuma escuridão podem impedir-nos de aderir a ele.

Quando nos sentimos ligados assim a Deus, mesmo que tenhamos de enfrentar as constantes tempestades, estaremos a salvos do perigo de naufrágio. É possível que uma âncora se quebre, ou que um cabo se rompa, ou que um navio se faça em pedaços pelo impacto das ondas. Isso pode suceder no mar. Mas o poder de Deus, que nos protege, é algo completamente distinto, bem como também é a força da esperança e a inabalabilidade de sua Palavra.

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* Extraído do livro O coração a Deus: síntese da espiritualidade de João Calvino, de J. A. Lucas Guimarães.

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