Dustin W. Benge *
┘✢┌
Depois de quinhentos anos de histórias, lendas e mitos, a caricatura surgida de João Calvino (1509-1564) tem sido a de um recluso magro, trancado em silêncio num mofado ambiente de estudo, cercado de livros e pergaminhos, contente em viver a vida nas sombras. O biógrafo de Calvino Bruce Gordon faz a pergunta: “Como teria sido ter conhecido João Calvino?”
Muitas respostas surgiram ao longo dos anos. O historiador da Reforma J. H. Merle D’Aubigné fornece informações sobre uma típica semana da vida de Calvino:
“Aos domingos, [Calvino] realizava o serviço divino e tinha atendimento diário quinzenal. Dedicou três horas por semana ao ensino teológico. Ele visitou os enfermos e administrou a repreensão particular. Recebeu pessoas estranhas, compareceu ao consistório na quinta-feira e dirigiu suas deliberações. Na sexta-feira, esteve presente na conferência sobre as Escrituras, chamada congregação. E depois que o ministro em exercício do dia apresentou seus pontos de vista sobre alguma passagem das Escrituras, quando os outros pastores fizeram suas observações, Calvino acrescentou algumas observações, que eram uma espécie de palestra... A semana em que ele não pregou, foi preenchida por outros obrigações. E tinha obrigações de toda espécie. Em particular, ele dedicou muita atenção aos refugiados que afluíram a Genebra, impulsionados pela perseguição da França e da Itália, aos quais ensinava e exortava. Consolou, com suas cartas, os que ainda estavam nas “mandíbulas do leão” e intercedeu por eles. Em seu estudo, ele jogou luz sobre os escritos sagrados, por meio de comentários admiráveis e contestou os escritos dos inimigos do evangelho.”
Este é o retrato de um homem que amava a Deus, era apaixonado pelo evangelho e dedicou sua vida ao crescimento de outras pessoas na fé cristã, longe do recluso que muitas vezes é retratado.
____________________________
* Texto original em inglês extraído de: BENGE, Dustin W. Lifting up our hearts: 150 selected prayers from John Calvin. Grand Rapids, Michigan: Reformation Heritage Books, 2012. p. 1-2. Tradução: Calvino21.
Comentários
Postar um comentário