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✢ JOÃO CALVINO E OS HÁBITOS DE SANTIDADE - II
HÁBITO Nº 1: DEPENDA DO ESPÍRITO SANTO
Uma união com Cristo pela fé produzida por meio do Espírito Santo é, portanto, fundamental para a verdadeira espiritualidade. Se cultivarmos qualquer incerteza em relação a essa dinâmica, a santidade em nossa teologia se tornará uma manipulação nervosa de um Deus imprevisível.
Gratidão é o único motivo verdadeiramente evangélico para a santidade, mas não pode correr livremente em nós se a justificação pela fé for percebida de forma tímida. O medo servil ou a autojustificação arrogante se tornam a motivação destrutiva para a espiritualidade, se o impulso evangélico for fraco ou inexistente.
A união com Cristo não é estática, entretanto produz duas ações internas chamadas de mortificação (morte da vida velha) e vivificação (criação de uma nova vida). O Espírito Santo é central nesses dois processos. Calvino viu essas duas ações como o conteúdo real do arrependimento, que é:Pensemos sobre como ocorre a mortificação. A união com Cristo é, antes de tudo, nossa união com a sua morte. A tarefa do Espírito Santo é fazer, com o nosso pecado, o mesmo que Cristo fez com o nosso pecado na cruz; remover sua maldição de nossas vidas. A morte diária do poder do pecado é necessária, porque o pecado que habita o interior do ser humano continua existindo na vida do cristão após a sua conversão. O pecado inerente é uma orientação para vivermos para o eu, e deve ser destruído (III.3.8). Para Calvino, a verdadeira espiritualidade é, portanto, um eterno arrependimento e luta contra o pecado. Para Calvino é somente:
Essa mortificação do pecado é seguida por uma segunda ação do Espírito: a vivificação. Assim como a mortificação tinha como base a união do cristão com a morte de Cristo, a vivificação também se baseia na união do cristão com a ressurreição de Cristo. O Espírito traz ao cristão o mesmo poder que Cristo experimentou quando se levantou dentre os mortos. Unidos com ele pelo poder da sua ressurreição, podemos viver uma nova vida na terra. Esse processo maravilhoso de vivificação:
As atitudes básicas que Calvino posteriormente destaca como expressões da verdadeira piedade são recebidas por meio dessa experiência de união. Uma vez que estou unido com Cristo, não sou mais uma pessoa autônoma (que “tem” uma religião); agora sou apenas uma “pessoa em Cristo”. Wilhelm Niesel resume o primeiro hábito da santidade de Calvino assim:
Para Calvino, o resumo da verdadeira espiritualidade é a nossa união com Cristo pelo Espírito. Dessa raiz mais profunda brotam a fé, a justificação, a santificação e todos os outros benefícios da salvação.
Quando Calvino compara a vida do cristão com uma jornada com Cristo para negarmos o eu, carregarmos a cruz e meditarmos na vida futura, não devemos pensar em um peregrino solitário, andando sozinho por uma estrada tortuosa. Devemos pensar no cristão ligado a Cristo, incapaz de se desvencilhar de seu amado Salvador, que luta com ele e por ele a cada passo dessa caminhada.
* Extraído de SHAW, Mark. Lições de mestre. São Paulo: Mundo Cristão, 2004.
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