“Não
há nada que Satanás mais tente fazer do que levantar névoas para obscurecer
Cristo; pois ele sabe que dessa forma o caminho está aberto para todo tipo de
falsidade. Assim, o único meio de manter e também restaurar a doutrina pura e
colocar Cristo diante de nossos olhos, exatamente como ele é, com todas as Suas
bênçãos, para que Seu poder possa ser verdadeiramente percebido”. – João Calvino, Institutas da Religião
Cristã.
O farol
lança sua luz na escuridão. No mar o capitão tenta olhar pela intensa neblina.
Tudo depende da luz emitida pelo farol. O coração do capitão está apreensivo.
Poderá o farol romper a densa neblina e guiá-lo até o ponto seguro?
Jesus
Cristo é a nossa luz. O sol que brilha sem cessar e clareia o universo com o
encanto da glória de Deus. Não é por acaso que João, em seu Evangelho, exalta
ao Senhor Jesus como vida que é “luz dos homens” (Jo. 1.4); e como luz que resplandece
nas trevas e sobre ela prevalece (Jo. 1.5). O Apóstolo intensifica seu
testemunho e diz que viu “a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo.
1.14). Sim, Jesus Cristo é a luz do Pai! Ele dá testemunho de si mesmo afirmado
ser a “luz do mundo” e que quem o “segue não andará nas trevas; pelo contrário,
terá a luz da vida” (Jo. 8.12).
Diante dessa
abençoadora realidade, é revelador o esclarecimento de João Calvino.
Considerando com a Palavra, que Cristo é nossa luz e o Evangelho o nosso farol
que torna visível ao crente o porto seguro das promessas de Deus, não é
possível imaginar outra missão do diabo senão “levantar névoas para obscurecer
a Cristo”. Perceba que João Calvino não diz que ele cega totalmente a visão do
crente em relação a pessoa de Cristo. Isso o diabo faz com os descrentes! Sua
obra maligna é embaçar a visão do crente levando-o a ver homens como árvores
(Mc. 8.22), heresia como verdadeira doutrina e “chifre” do diabo como dedo de
Deus. No ambiente sem nitidez da glória de Cristo, a falsidade faz morada! Para
Calvino, esse é o caminho “para todo o tipo de falsidade”. É urgente que cada
cristão reveja seu andar. É possível que se tenha andado por caminho que
obscurece a glória de Cristo de forma a não se ter a mesma visão que João
tinha: do Cristo “cheio de graça e de verdade” (Jo. 1.14).
Não
podemos perder de vista tão grande luz de salvação e graça que é Jesus. É
possível que as tempestades da vida e os ventos de doutrinas, que o inimigo usa
para tornar confusa a fase de Cristo, obscureçam nossa visão a ponto de ver
Jesus e pensar que seja um fantasma andando sobre as águas como fez os discípulos
(Mc. 6.49).
Para
Calvino, existe somente um antídoto contra essa obra maligna que visa
falsificar a fase de Cristo através da falsa doutrina: colocar Cristo diante de
nossos olhos. Segundo ele, Cristo será percebido em seu verdadeiro poder apenas
quando temos a visão dele como ele é e de todas as suas bênçãos. Se Cristo não
é soberano em nossa doutrina, ela é falsa e produz um falso cristo. Se todas as
bênçãos de Cristo não são reveladas em nossa doutrina, é porque o inimigo
plantou fermento na massa doutrinária!
Cristianismo
é Jesus Cristo: fundamento, doutrina e esperança. Calvino nos revela através de
sua declaração a postura apostólica: “...o que temos visto... anunciamos também
a vos outros” (1Jo. 1.14). A manutenção e restauração da doutrina é uma questão
de afirmar o poder de Cristo e de todas as suas bênçãos. Isso significa não
perdê-lo de vista!
O diabo
é vencido em sua artimanha quando observamos a doutrina dos apóstolos para
afirmar a soberania do Senhor Jesus em tudo e para vivenciar sua graça
maravilhosa de nos visitar com toda sorte de bênção. Perceber Jesus como fez o
apóstolo João e viver a doutrina dos apóstolos como Evangelho que mostra Cristo
e o revela, na escuridão das trevas do pecado e da morte aos pecadores, é o
caminho que seguiremos.
Rev. Lucas Guimarães
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"A manutenção e restauração da doutrina é uma questão de afirmar o poder de Cristo e de todas as suas bênçãos".
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