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CRUZ DE CRISTO: MÃO E PODER DE DEUS QUE SOCORREM

“ E da mesma maneira também os príncipes dos  sacerdotes, com os escribas, e anciãos, e fariseus,  escarnecendo, diziam: Salvou os outros, e a si mesmo não  pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e  creremos nele. Confiou em Deus; livre-o agora, se o ama;  porque disse:  Sou Filho de Deus. E o mesmo lhe lançaram  também e m rosto os salteadores que com ele estavam  crucificados.”  — Mt. 27.41-44 Sejamos advertidos e andemos no temor de Deus para que depois de termos provado a sua Palavra possamos recebê-la com reverência e obedeçamos ao nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos é apresentado ali. Porquanto, é também nele verdadeiramente que encontraremos toda a perfeição das virtudes, se nos achegarmos a ele em humildade. Porque se presumirmos e brincarmos com Deus, nossa audácia deve receber tal recompensa, como lemos aqui desses homens miseráveis que foram tão conduzidos por sua fúria. No entanto, devemos tirar algum pr...

✢ IGREJA: SEDE DO REINO DE CRISTO



“Visto que é na Igreja que Cristo mantém a sede de seu reino, do lado de fora da Igreja outra coisa não existe senão o domínio de Satanás. Portanto, aquele que é eliminado da Igreja, necessariamente cai, por algum tempo, sob a tirania de Satanás, até que se reconcilie com a Igreja e retorne a Cristo”João Calvino, Comentário as Cartas Pastorais

A tradição antiga já se pronunciava: “Ninguém pode ter a Deus por Pai, se não tem a Igreja como mãe” (Cipriano, séc. III). Alguém testemunhou que deixou a Igreja porque não encontrou graça nela. Porém, para ela retornou pois mesmo não encontrando graça na Igreja pelo menos nela é possível encontrar. No mundo nem possibilidade existe!
Talvez você seja uma pessoa que foi traumatizada pela Igreja, ou possa ser que seja alguém que traumatiza a Igreja! A relação com a Igreja é inevitável para quem deseja viver a fé em Cristo. Apesar daqueles que afirmam a fé orgulhosos de sua autonomia da Igreja, a dinâmica do discipulado de Cristo envolve o ajuntamento de pessoas chamado nos ensinos de Jesus e dos apóstolos de “Igreja”. É interessante que Cristo afirma sua morte pela Igreja e não pelo indivíduo desprovido de qualquer intenção de promover o bem do espaço possibilitador da graça divina (Ef. 5. 25-27).
Calvino qualifica a Igreja como a sede do reino de Cristo. Isto significa, primeiramente, aceitar que Cristo assume seu reinado sobre um espaço, uma realidade. Segundo, que esse espaço pode ser identificado no tempo e no espaço. E, por último, que a sede do reinado de Cristo encontra uma realidade antagônica, onde se vive a privação desse reinado.
Calvino entende a Igreja como um corpo de pessoas que professam a fé em Cristo com sinceridade de consciência e demonstração de amor, e é governada por homens reconhecidamente envolvidos de piedade. Essa Igreja assume marcas que a torna capaz de, em qualquer espaço ou circunstância, se proclamar como verdadeira igreja. Essas marcas são: a fiel pregação da Palavra, a correta administração dos sacramentos e o exercício da disciplina em amor.
Vê-se que como sede do reinado de Cristo, a Igreja encontra-se sob o domínio de Cristo. O cristão que exalta a Cristo como assentado a direita de Deus, com todo poder e autoridade, deve procura os meios legais e espirituais para denunciar o mal quando ele lançar seus tentáculos contra a Igreja, e buscar a edificação do corpo através do seu ajustamento para a glória de Deus. A exclusão da Igreja não é apenas como se fosse a desassociarão de um clube. A exclusão da Igreja, nesse caso através da marca da disciplina (mas pode ser pela alienação de sua comunhão e graça), é uma decisão espiritual com consequências espirituais. Fora da Igreja encontra-se o domínio do inimigo. Não existe outra alternativa ou possibilidade! As portas do inferno não prevaleceram contra a Igreja (Mt. 16.18). Fora da igreja as portas do inferno prevalecem!
O domínio do inimigo prevalece até a reconciliação do cristão com a Igreja, a sede do domínio de Cristo. Retornar a igreja é, para Calvino, prova do retorno a Cristo e do destronar do reino do mal.
É a partir da Igreja que Cristo reina e estende seu reino sobre nossa vida, família e sociedade. Não se pode pensar que outra estrutura possa servir para a vivência, proclamação e ampliação do reino de Cristo senão pela Igreja.
O ato visível de nosso retorno a Cristo é a reconciliação com a Igreja. Quem retorna a Cristo encontra o caminho para os braços da Igreja. Quem se reconcilia com a Igreja, abraça a Cristo e seu governo! Calvino segue a fé que nos foi dada uma vez para sempre. Cremos como ele cria: a Igreja é a mãe dos fiéis!

J. A. Lucas Guimarães

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